segunda-feira, 14 de maio de 2012

ALÔ! DOUTOR.


UM AMIGO MUITO DOIDO, O PSIQUIATRA



Entrei na minha ala, a ala feminina do hospital psiquiátrico.
Eram 7:00 hs. Eu tinha uns vinte e poucos anos. Parecia uma bonequinha.
Pequena, corpinho em dia, cabelos claros, cumpridos, gostava de usar vestidos
que modelassem meu corpinho sem deixa lo mutio a mostra, afinal estava trabalhando.
Bem o que é bonito pode ser mostrado, o que não é......nessa época de moçinha nos preocupamos mais com o corpo. Eu malhava e mantinha ele em dia.
Nunca tive problemas relacionados ao meu modo de vestir.
Isso também nunca atrapalhou meu trabalho.
Sempre usei um saltinho, pouca pintura, baton sempre claro, brincos discretos, quase sempre de bolinhas em peróla ou pedras.
A noite eu caprichava e colocava a devassa pra fora. Vestido preto, salto alto, baton vermelho, que delicia. Quando se pode, não é?
Pois bem, na minha equipe havia um psiquiatra lindo, alto, cabelos crisalhos, olhos expressivos. Toda vez que visitava minha ala, entrava, dava bom dia sem olhar pra mim e saia sem nada dizer. Nunca estava nas reuniões. Ele chamava atenção pelo seu porte e pela sua atitude. Mas, não dei muita importância, tinha mais o que fazer.
O tempo passou e nunca mais eu vi o doutor.
 Saia a noite com as amigas. E depois de tanto tempo, quem eu vejo de sunga de praia, a noite, na praia, com um copo de cerveja na mão, falando muito?
O querido doutor. Desta vez ele olhou para mim. Sem nenhum constrangimento me ofereceu um copo de cerveja, mas diante de seu estado recusei educadamente.
Conversa vai, conversa vem, muitos ali o conhecia, e uma certa pessoa aproximou se de mim e falou:
- Ele é médico. É filho único, separou da mulher e vive com a mãe. Vive assim, passa o dia e a noite na praia.
Que loucura! 

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