UM AMIGO MUITO DOIDO, O PSIQUIATRA
Entrei na minha ala, a ala feminina do hospital
psiquiátrico.
Eram 7:00 hs. Eu tinha uns vinte e poucos anos. Parecia uma
bonequinha.
Pequena, corpinho em dia, cabelos claros, cumpridos, gostava
de usar vestidos
que modelassem meu corpinho sem deixa lo mutio a mostra,
afinal estava trabalhando.
Bem o que é bonito pode ser mostrado, o que não é......nessa
época de moçinha nos preocupamos mais com o corpo. Eu malhava e mantinha ele em
dia.
Nunca tive problemas relacionados ao meu modo de vestir.
Isso também nunca atrapalhou meu trabalho.
Sempre usei um saltinho, pouca pintura, baton sempre claro,
brincos discretos, quase sempre de bolinhas em peróla ou pedras.
A noite eu caprichava e colocava a devassa pra fora. Vestido
preto, salto alto, baton vermelho, que delicia. Quando se pode, não é?
Pois bem, na minha equipe havia um psiquiatra lindo, alto,
cabelos crisalhos, olhos expressivos. Toda vez que visitava minha ala, entrava,
dava bom dia sem olhar pra mim e saia sem nada dizer. Nunca estava nas
reuniões. Ele chamava atenção pelo seu porte e pela sua atitude. Mas, não dei
muita importância, tinha mais o que fazer.
O tempo passou e nunca mais eu vi o doutor.
Saia a noite com as
amigas. E depois de tanto tempo, quem eu vejo de sunga de praia, a noite, na
praia, com um copo de cerveja na mão, falando muito?
O querido doutor. Desta vez ele olhou para mim. Sem nenhum
constrangimento me ofereceu um copo de cerveja, mas diante de seu estado
recusei educadamente.
Conversa vai, conversa vem, muitos ali o conhecia, e uma
certa pessoa aproximou se de mim e falou:
- Ele é médico. É filho único, separou da mulher e vive com
a mãe. Vive assim, passa o dia e a noite na praia.
Que loucura!
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